Tais presenças fragmentárias cravam suas raízes mais profundamente em nossa memória do que a lisura do acabado e do completo.
Certas sustentações/possibilidades de ‘atos menores’, sobreviventes de um processo global de higienização e saneamento do território de nossas cidades/existências, anunciam possibilidades da edificação de outras e ‘diferentes dobras’ sobre o domínio de uma ordem baseada em uma gestão uniformizante do espaço vivenciado.
A manifestação destas ‘dobras’ carece de um ‘esbarro’ arquitetônico que possa referenciar nossas presenças sobre o território desconstruído.
Edifica-se então um ‘gesto-arquitetura menor’ capaz de agenciamentos precisos em um espaço exíguo e de difícil determinação.
“ ...as metáforas são uma das coisas que me fazem perder a esperança na literatura;
o que no seio das grandes literaturas ocorre em baixo e
constitui como que algo não indispensável ao edifício, na
literatura menor ocorre em plena luz, - o que lá provoca um
tumulto passageiro, aqui é uma sentença de vida ou de morte.”
[ Diário - 1921 ] Franz Kafka
o que no seio das grandes literaturas ocorre em baixo e
constitui como que algo não indispensável ao edifício, na
literatura menor ocorre em plena luz, - o que lá provoca um
tumulto passageiro, aqui é uma sentença de vida ou de morte.”
[ Diário - 1921 ] Franz Kafka
Adriano Mattos Corrêa
Arquiteto e Professor
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