“Outro motivo que deve nos encorajar a nos aplicarmos nos estudos é a utilidade que deles pode desfrutar a sociedade de que fazemos parte, pois podemos acrescentar novas comodidades às muitas de que desfrutamos.”(Montesquieu) - "A Terra vai recuperar o equilíbrio sozinha, mesmo que demore milhões de anos. O que está em risco realmente é a civilização."(Lovelock)
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quinta-feira, 5 de outubro de 2006
Ver, falar, ouvir, agir
Domenico de Masi* relata que hodiernamente não sabemos mais ao certo se estamos trabalhando, estudando ou divertindo. Isto porque nossa principal ferramente de trabalho é o cérebro e não podemos deixá-lo no armário do escritório. Ele nos acompanha em tempo integral. E por conta dessa confusão, algumas pessoas, não satisfeitas "em espremer o trabalho em regras obsoletas, ainda querem aplicá-las ao tempo livre" e incutem nas pessoas o medo exacerbado do fracasso. MASI conclui que isso faz com que a sociedade pós-industrial não valoriza, como deveria, o profissional criativo e produtivo.
Diante dessa ementa - que espero não ficar pior que o soneto - faço um paralelo com a Arquitetura e Urbanismo contemporâneo.
Mascarado de pudor de constranger um colega ou criar arestas com o Poder Público, a crítica na Arquitetura esvaziou-se. Não há publicações nos meios de acesso livre (advogados, economistas, filósofos, professores, psicólogos o fazem e devem continuar publicando) de Arquitetos. Quase não se vê publicações nas universidades nem em editoras.
Perguntaram, em sala de aula, se há na cidade de Belo Horizonte alguma arquitetura contemplativa, aonde o habitante não interage, não utiliza e não faz parte do contexto da obra. Afirmei que antes Belo Horizonte tivesse uma Arquitetura assim, pois tudo que é feito, projetado e construído, não é debatido, discutido, apresentado.
Creio que nós, arquitetos ou iniciantes, estamos escambando para relações de tarefas minuciosamente programadas, tornando, portanto, cidadãos nada criativos e produtivos, como nos alerta MASI.
E ficaremos de braços cruzados? Antes fosse. Estamos parecidos mais com os três macaquinhos que não vêem, não falam e não ouvem. Cruzemos os braços, pois!!!
*Artigo publicado na revista Época de 25 de setembro de 2006.
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