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quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Derradeiro

Daqui a pouco vão dizer que estou perseguindo o Niemeyer. Claro que estou. Quero ser um marco não somente no nome. Assim como ele. Mesmo diante de tanta polêmica. Mas pelo andar da carroça, quem dará atenção ao blog de um neófito?

Trocadilhos a parte, espero ser esse comentário o derradeiro sobre o tema. Afinal de contas, fevereiro tá aí. Adeus, férias!

Bom, a Revista aU informa que, segundo o Iphan e o IAB-DF, o projeto da Praça da Soberania não respeita o tombamento do Eixo Monumental.

Comento a notícia:

No Blog do Alencastro, ele nos provoca sobre o papel da crítica de modo geral, citando uma entrevista do Comas.

Aproveitando o gancho do comentário do próprio Comas ao post do Alencastro, falei sobre a polêmica da Praça. Disse que Niemeyer, em resposta às críticas, desqualifica as opiniões de pessoas "alheias aos assuntos da arquitetura e do urbanismo" (acho que ele estava falando do Élio Gaspari), ou seja, fora do ramo. E em uma lista de discussão, alguém põe em cheque a crítica da Sylvia argumentando que, pelo fato de ela não projetar nada, mesmo sendo arquiteta urbanista, não tem condições de falar nada a respeito (Ora, antes de projetar a pessoa não aprende e estuda teoria?).

Além do mais, fosse assim, o "Blog do Alencastro", apócrifo que é, não seria nem lido e tão pouco repercutido.


Alencastro, respondendo meu comentário, afirmou que "o argumento de que só pode criticar aquele que projeta é furado - coisa de província: crítico de arquitetura deveria ser uma profissão como outra qualquer." E que, segundo Alencastro, "essa é uma velha desculpa para desqualificar quem critica. Sobre o assunto do chifão, hoje mesmo, no Estadão, Niemeyer usa (mais uma vez) esta tática: 'Agora, o presidente do instituto, que eu nem sei o que fez até hoje, se permite me criticar. Mas eu não vou manter essa discussão com pessoas pela quais não tenho o menor apreço'. Ora, o cara não precisa fazer nada, ele simplesmente é presidente do Iphan. Ou se respeita a instituição ou estamos perdidos, não?"

E respondo aqui e lá o comentário do Alencastro: Niemeyer e seus acólitos têm usado com frequência essa tática contra os críticos. É uma tática abjecta, por sinal.

Niemeyer adorou com moderação ser ovacionado - com justiça - ao completar 100 anos. Afinal, quem não gostaria? Mas
"é preciso que um autor receba com igual modéstia os elogios e as críticas que se fazem às suas obras."

Agora, cá entre nós, uma pessoa que aplaude entusiasticamente Stalin não vai respeitar nem o condominio onde mora. Somos um país, até certo ponto democrata, pois a maioria de nós ainda respeita as instituições e/ou elas se fazem respeitar.


Reitero que quem não gosta da crítica, um conselho de Elbert Hubbard: "Fuja da crítica. Não faça nada, não diga nada, não seja nada."

Em tempo: o Iphan e o IAB ameaçam questionar o projeto na Justiça. Para Niemeyer, como o magistrado não entende nada de arquitetura e urbanismo, uma eventual sentença contrária ao projeto não valerá nada e a Praça erguerá Soberana.

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