
Trocadilhos a parte, espero ser esse comentário o derradeiro sobre o tema. Afinal de contas, fevereiro tá aí. Adeus, férias!
Bom, a Revista aU informa que, segundo o Iphan e o IAB-DF, o projeto da Praça da Soberania não respeita o tombamento do Eixo Monumental.
Comento a notícia:
No Blog do Alencastro, ele nos provoca sobre o papel da crítica de modo geral, citando uma entrevista do Comas.
Aproveitando o gancho do comentário do próprio Comas ao post do Alencastro, falei sobre a polêmica da Praça. Disse que Niemeyer, em resposta às críticas, desqualifica as opiniões de pessoas "alheias aos assuntos da arquitetura e do urbanismo" (acho que ele estava falando do Élio Gaspari), ou seja, fora do ramo. E em uma lista de discussão, alguém põe em cheque a crítica da Sylvia argumentando que, pelo fato de ela não projetar nada, mesmo sendo arquiteta urbanista, não tem condições de falar nada a respeito (Ora, antes de projetar a pessoa não aprende e estuda teoria?).
Além do mais, fosse assim, o "Blog do Alencastro", apócrifo que é, não seria nem lido e tão pouco repercutido.
Alencastro, respondendo meu comentário, afirmou que "o argumento de que só pode criticar aquele que projeta é furado - coisa de província: crítico de arquitetura deveria ser uma profissão como outra qualquer." E que, segundo Alencastro, "essa é uma velha desculpa para desqualificar quem critica. Sobre o assunto do chifão, hoje mesmo, no Estadão, Niemeyer usa (mais uma vez) esta tática: 'Agora, o presidente do instituto, que eu nem sei o que fez até hoje, se permite me criticar. Mas eu não vou manter essa discussão com pessoas pela quais não tenho o menor apreço'. Ora, o cara não precisa fazer nada, ele simplesmente é presidente do Iphan. Ou se respeita a instituição ou estamos perdidos, não?"
E respondo aqui e lá o comentário do Alencastro: Niemeyer e seus acólitos têm usado com frequência essa tática contra os críticos. É uma tática abjecta, por sinal.
Niemeyer adorou com moderação ser ovacionado - com justiça - ao completar 100 anos. Afinal, quem não gostaria? Mas "é preciso que um autor receba com igual modéstia os elogios e as críticas que se fazem às suas obras."
Agora, cá entre nós, uma pessoa que aplaude entusiasticamente Stalin não vai respeitar nem o condominio onde mora. Somos um país, até certo ponto democrata, pois a maioria de nós ainda respeita as instituições e/ou elas se fazem respeitar.
Reitero que quem não gosta da crítica, um conselho de Elbert Hubbard: "Fuja da crítica. Não faça nada, não diga nada, não seja nada."
Em tempo: o Iphan e o IAB ameaçam questionar o projeto na Justiça. Para Niemeyer, como o magistrado não entende nada de arquitetura e urbanismo, uma eventual sentença contrária ao projeto não valerá nada e a Praça erguerá Soberana.
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