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segunda-feira, 28 de maio de 2007

Projeto - João Diniz

Projetar edificações em determinadas áreas da montanhosa Grande Belo Horizonte é um desafio para qualquer arquiteto. A declividade, em muitos casos, supera os 30°.

Em uma residência, na cidade de Nova Lima, o projeto do arquiteto João Diniz enfrenta mais de 45° de declividade do lote.

Além da criatividade para solucionar esse desafio, o arquiteto precisou ter jogo de cintura para respeitar a rigorosa legislação ambiental - o lote está situado em área de preservação - e integrar a casa ao meio ambiente. Manter o perfil natural do sítio e conservar a cobertura vegetal são algumas das diretrizes legais exigidas.

Diniz aproveitou tais desafios e criou o que ele chama de casa-árvore. “A estratégia de suspender a residência alguns metros acima do solo e das árvores mostrou-se adequada e o perfil oblíquo do terreno pôde ser complementado pela presença da nova construção”, explica o arquiteto.

O arquiteto optou pelo material que permeia sua obra - a estrutura metálica. Além da leveza e da liberdade projetual, o metal dispensa o canteiro de obras.

O resultado, segundo o arquiteto, é uma“palafita metálica” e também a residência voadora com árvores por baixo, visitada por galhos, esquilos, ventos, irmãos e amigos. “Uma maneira própria de pensar a relação entre as pessoas, a construção e a natureza”, acredita Diniz.

A distribuição na residência dá-se por umpavilhão linear, com três pavimentos paralelos às curvas de nível, apoiado sobre os pilares metálicos. A caixa de escada é o elemento que articula todos os níveis e gera o volume superior do castelo d’água onde se apóiam os coletores solares, que fornecem parte da energia consumida na residência. No nível da rua, estão o acesso de veículos e de pedestres para a garagem, para o hall de entrada, a copa e a sala de refeições. Meio pavimento abaixo, distribuem-se a sala de estar, a varanda e um amplo espaço de convívio, que toca a copa das árvores mais altas. Em um nível mais inferior situam-se as áreas de serviço.

Meio piso acima do patamar de acesso há um cômodo de uso múltiplo, que divide a sala de estar em duas áreas com pés-direitos diferentes.

O pavimento íntimo, com três quartos, situa-se meia cota acima e abre-se para um terraço desenhado sobre a sala. “Esse terraço tem sentido especial, podendo ser entendido como um terreno inventado, uma praça suspensa e descoberta, um quintal íntimo e virtual”, afirma Diniz.

Texto resumido a partir de reportagem de Adilson MelendezPublicada originalmente em PROJETODESIGNEdição 277 Março de 2003

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