Sobre o título da postagem, cabe um esclarecimento breve: esses estilismos realmente são perigosos. Ainda mais que seu maior representante da chamada arquitetura orgânica, segundo historiadores, é Frank Lloyd Wright, falecido na década de 1950.
Portanto, pode-se alegar que é cedo para identificar no espaço temporal uma determinada arquitetura como neo-orgânica.
Voltaremos ao título da postagem à frente.
Em uma lista de discussão que participo (ttp://br.groups.yahoo.com/group/arquitetura ), um participante comenta um artigo publicado na "Folha de São Paulo" sobre produção de alimentos e faz um paralelo com a arquitetura.
O artigo, segundo o participante, "defende a produção e consumo regional, ou seja, não faria sentido um Chinês consumir soja produzida no Brasil, assim como não faria sentido no Brasil consumirmos milho transgênico produzido nos EUA." E arremata, "continuaremos construindo torres de vidro em clima tropical ? Mas o que seria então uma verdadeira arquitetura contemporânea adaptada ao nosso clima e costumes?"
Voltando ao título da postagem amarrando com o que foi dito até aqui:
Bom, seja lá qual for o nome que se dê à arquitetura produzida hodiernamente, cabe lembrar que arquitetura orgânica tem como principal característica o uso de materiais naturais locais proporcionando um aproveitamento sustentável e racional dos recursos renováveis. É o que se questiona.
Mas de 1940/50 - períodos em que Wright praticamente monopolizou o mercado e a maioria o copiava - pra cá, muita coisa mudou.
No século XXI, para ser considerada sustentável, uma arquitetura, além de utilizar materiais naturais e renováveis, deve aproveitar o máximo possível água e energia. Elementos que não eram nem mencionados naquela época.
Então, pode-se afirmar que houve uma mudança de paradigma.
Contudo, tendo em vista a tecnologia de transporte e extração de matéria-prima, a facilidade de informação e o advento da internet, creio que a arquitetura contempôranea (como cita o participante do fórum) primará pela reutilização de materiais de edifícios construídos (nada é eterno - segundo um corretor de imóveis me disse, uma edificação dura, em média 25 anos. Depois disso, outra edificação dá lugar.) e a utilização maior da economia com a interpretação de curvas de eficiência.
Assim, os vidros utilizados em edificações em Belo Horizonte, poderão ser reutilizados em outros países que não sejam tropicais.
Um exemplo: para demolir um presídio nos EUA, a construtora economizou 26% e reduziu em 95% o lixo destinado ao aterro sanitário vendendo os materiais da demolição.
Vale lembrar que a economia é a ciência exata mais humana. Então os dados que ela fornecerá serão um subsídio para a decisão. E não a resposta para ela.
O exemplo acima encontra-se no livro "Capitalismo Natural", de Paul Hawken, Amory Lovins e Hunter Lovins.
“Outro motivo que deve nos encorajar a nos aplicarmos nos estudos é a utilidade que deles pode desfrutar a sociedade de que fazemos parte, pois podemos acrescentar novas comodidades às muitas de que desfrutamos.”(Montesquieu) - "A Terra vai recuperar o equilíbrio sozinha, mesmo que demore milhões de anos. O que está em risco realmente é a civilização."(Lovelock)
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