Pesquisar no blog

sábado, 30 de janeiro de 2010

Prince-Ramus e a realidade arquitetônica



"Prince-Ramus fala da necessidade de aprender a manipular contratos, em compreender o valor-tempo do dinheiro, em trabalhar sobre estimativas orçamentais. E fala de uma coisa verdadeiramente lunática: estabelecer bases programáticas e trabalhar conjuntamente com o cliente no sentido de construir uma visão sobre os objectivos de projecto; e só depois iniciar um trabalho de concepção formal."

Para o arquiteto Daniel Carrapa, "não há outra forma de fazer arquitectura contemporânea. E sublinhar uma ideia que decorre do que expõe Prince-Ramus: que não há boa arquitectura sem um cliente sólido. Os exemplos de falhanço somam-se em nossa volta em obras bem recentes, públicas e privadas, seja pela presença de um mau promotor como pela sua ausência de participação. Não existe ilusionismo para contornar a necessidade de um processo colaborativo e participado, que comprometa arquitecto e promotor na tomada de decisões – e de boas decisões".

E prossegue, "o drama está em que este tipo de procedimento, não de projectar edifícios mas de pensar os próprios processos de fazer arquitectura, não só é completamente diverso do estabelecido no nosso mundo académico como é algo que esse mundo repudia com total displicência."

Concordo com ele. Temos inúmeros exemplos disso em nossas cidades e aqui no blog já tratamos disso: "Vila Viva", Centro Administrativo de Minas Gerais, Linha Verde...

Até quando iremos aturar?

Um comentário:

Alberto disse...

Marcão

1. O projeto é sensacional, me faltam palavras no momento. Quando as encontrar, farei um post.

2. Quem já fez um projeto de teatro sabe que na verdade não existe escolha- do programa ao orçamento, tudo tem que ser feito a 4 mãos. Nãoe existem dois teatros iguais.

3. Sempre quis saber quem era o cara que tinha mandado o Koolhass a merda no meio do projeto, e aberto um escritório para terminá-lo. Eis o cara. Surpreende.

4. Enquanto isso, na idade da pedra intelectual, tudo isso é lido como "arquiteura do espetáculo", star system, etc. Falar o que...

Parabéns pelo post!