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terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Da esquerda para a direita II


Bom, li no artigo de Boaventura Souza Santos a frase “a direita só se interessa pela democracia na medida em que esta serve aos seus interesses” que me chamou a atenção.

Penso que essa dicotomia esquerda e direita não existe mais. Infelizmente. Esse interesse pela democracia, que Boaventura afirma, é percebido principalmente em governos de esquerda, como Venezuela, Irã, Cuba, Coréia do Norte, Nicarágua. Em boa parte desses países citados, os presidentes se escondem atrás de um suposto sistema democrático para perpetuarem no poder.

Dias depois, vejo a entrevista de Zygmunt Bauman. Ele afirma que as pessoas, ao contrário de quando ele era jovem, querem mudanças, mas não tem um modelo de sociedade perfeita.

E isso, para o sociólogo, deve-se ao fato de que, de uns anos pra cá, ocorreu um “divórcio entre o poder e a política.”

Para Baumam, “o poder é a capacidade de fazer coisas. E a política é a capacidade de decidir que coisas devem ser feitas.” Dessa forma, há uns anos atrás, os conceitos de poder e política estavam claros para nós. O poder e a política estavam nas mãos do governo. O Estado tinha o poder de decidir e as condições de agir. 

Hoje, as mudanças estão fora de qualquer instituição Estatal e política. Nós, diferentemente de 50 anos atrás, não sabemos como mudar nem melhorar as condições de vida.

Ou seja, penso que a questão vai além dos conceitos de direita e esquerda e está mais intrínseca a conceitos como moralidade, ética e legalidade. Utópico? Tomara. Segundo Baumam, falta utopia no mundo.

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