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segunda-feira, 30 de outubro de 2006

Os "ismos" que faltam

Coulanges relata que a ligação dos homens com as cidades era estreita, onde havia a participação de todos nas decisões referentes às cidades, ainda que não havia diferença entre Estado, política, religião e justiça. Mas o fato é que, independente dos motivos, havia uma relação de amor entre o homem e a cidade (voltando, o patriotismo é outra herança dessa época).

Mas, claro, as coisas "evoluíram". Tal ligação com as cidades mudou com a chegada do cristianismo.

A arquitetura volta-se única e exclusivamente para o usuário. Os templos antigos não mais são edificados para as divindades, e sim para o ser humano.

Mas hodiernamente isso mudou. Muitos espaços públicos são projetados para os veículos. Praças tornam-se rotatórias no meio de cruzamentos. Grandes edifícios não respeitam o impacto deles no meio ambiente (meio ambiente não é somente o sinônimo de Natureza, mas de espaço urbano. Um exemplo: a construção de um edifício no local de um lote totalmente arborizado que o impermeabiliza sem a preocupação de inundações.). Os condomínios fechados se proliferam, criando uma “sociedade perfeita”, aumentando ainda mais a segregação das pessoas e das cidades com o local.

E para agravar ainda mais esse quadro, a mídia nos impõe o consumo, modelos de corpos, de condutas. Assim, não ficamos mais à vontade em público preferindo recolher à tela do computador.

Sim, vivemos em uma sociedade egoísta, onde a globalização, como disse Guatarri, extermina as relações pessoais entre pessoas diferentes. Nos enclaves físicos, invisíveis e virtuais.E a Arquitetura e Urbanismo virou as costas.

Não há mais “ismos”, estilos, tendências, ponto de vista. Acho que falta isso. Muitas pessoas criticam isso. Mas temos que ter uma identidade. Mesmo vivendo em um mundo globalizado.

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