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quinta-feira, 26 de junho de 2008

Rodoviária

Na postagem anterior volto a tocar nesse assunto praticamente esquecido.

Estou inteirando do assunto, bem como da proposta e do projeto da mudança da Rodoviária de Belo Horizonte do Centro para o Bairro Calafate.

Percebo que há uma certa lenidade por parte da maioria dos moradores de Belo Horizonte.

Às vezes temos a impressão de que não adianta muito tentar fazer alguma coisa, pois sempre os interesses (dos) políticos prevalecerão, mesmo que mecanismos de cidadania e democracia sejam utilizados. Por isso mesmo temos que continuar. Imaginem a situação se não houvesse participação de alguma forma. Fatalmente seria pior.

O jurista John Rawls já dizia que "cada pessoa tem uma inviolabilidade fundada na justiça que nem mesmo o bem-estar da sociedade como um todo pode anular. Por isso, numa sociedade justa, os direitos assegurados pela justiça não estão sujeitos à barganha política ou ao cálculo de interesses sociais."

Ou seja, nas palavras de Luiz Rouanet, que a resolução de um conflito de interesse encontra-se em "uma dedução, a partir do que é “sensato” ou “razoável”, do que qualquer um escolheria se estivesse na mesma situação. (...) Uma certa desigualdade sempre permanecerá na sociedade, seja devido à origem social, seja devido a méritos individuais. Já que não se pode eliminar totalmente tal desigualdade, deve-se mostrar que essa desigualdade é minimamente aceitável. A condição para isso é que possa ser aceita por todos."

Mas Rawls salienta que o efeito da decisão de aceitar determinada desigualdade deve beneficiar a todos. Essa assertiva é exemplificada na frase retirada da coluna da postagem abaixo: "Para muitos usuários, a rodoviária no Centro mais ajuda do que atrapalha."

Isto é, quem vai de carro pode reclamar do trânsito, mas em compensação, praticamente todas as linhas de ônibus de Belo Horizonte passam pelo Centro, inclusive o trem urbano. Talvez seria o caso de investir no transporte coletivo de qualidade.

Enfim, o que quero dizer é que a decisão da mudança da rodoviária deve ser discutida à exaustão, democraticamente, para que cheguemos à um consenso e alcancemos a justiça como eqüidade.

Vamos todos participar desse debate. Contribuir para que a decisão, seja qual for, deve minimizar os impactos para não ser equivocada. Porque esse assunto é de Estado e não de Governo.

Um lugar para obter mais informações, além da Prefeitura de Belo Horizonte e da mídia, é o Fórum de Discussão http://br.groups.yahoo.com/group/rodoviarianocalafatenao/, iniciativa da arquiteta urbanista Vanessa Freitas.

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