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quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Projet in Situ - Mais que uma dança, uma arquitetura





O Projet in Situ, criado em 1999 pelo canadense Martin Chaput e pelo francês Martial Chazallon com o objetivo de provocar um novo "olhar" sobre nós mesmos, os outros e o espaço que ocupamos no mundo.

A Bienal de Lyon, que já dedicou muitas de suas edições às diferentes regiões do globo, agora trabalhou sob um tema mais amplo, a memória. "A pergunta que todos os grupos convidados deveriam se fazer foi essa: como é possível realizar um novo trabalho, sem esquecer o passado, a história, a memória?" Esse ano, para responder a pergunta, a companhia apresentou a criação "Do You See What I Mean?".

O "Do You See What I Mean?" consiste em uma caminhada às cegas. A pessoa, de olhos vendados, é guiada por um membro da trupe pelas ruas. Em determinado momento, o guia pode ser trocado por um cego.

Não é uma caminhada silenciosa. A dupla conversa, o guia pergunta sobre as sensações, sobre o que a pessoa achou do cheiro, do barulho, das pessoas. E o guia, baseando-se inclusive no diálogo, transporta as pessoas pela cidade, entrando em lugares, casas, estabelecimentos comerciais, museus.

Depois de algum tempo, a pessoa vendada entra em um ambiente fechado e lá um dançarino a conduz ao som de música. A experiência dura 2h30.

Deve ser uma experiência incrível, onde sentimos o lugar, percebemos as necessidades do corpo. E, ao final, poderemos perceber que nada foi projetado-planejado para o corpo.

4 comentários:

Henrique Gonçalves disse...

Meu professor de acústica fez um trabalho de campo onde tinhamos que andar vendados no centro da cidade, guiados por alguém, e eu fui o "cobaia" do grupo!
Cara, é sinistro mesmo, todos os outros sentidos ficam alertas e, eu sei lá porque das quantas, qualquer degrau ou carro, ou objeto parece ter proporções maiores. O desnorteamento é completo!
Qualquer coisa, alguém que passou fumando ou um restaurante por exemplo, dava pra sentir o cheiro do feijão la dentro!
Experiencia chocante!

Marco Antonio Souza Borges Netto - Marcão disse...

E o arquiteto projeta esquecendo da escala do corpo.

Anônimo disse...

Não da para comentar no post de cima MArcão!! Comento aqui!!
Sensacional...faz eu lembrar do Cingapura em Sampa!!

Marco Antonio Souza Borges Netto - Marcão disse...

Pois é Ricardo. É verdade.

Mas o que você acha, tanto do Cingapura quanto dessa tecnologia?

Abraços.