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segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Arquitetura e a crise econômica


Fernando Lara, no seu blog http://www.parededemeia.blogspot.com/, faz uma breve mas ótima relação da crise de 1929 com o modernismo no Brasil e faz um paralelo com os dias de hoje.

Segundo Lara, "Libeskind e Sejima só foram dar uma palestra (no Brasil) depois de ter visto as imagens do novo prédio do Siza que, ao contrário de Bernard Tschumi e Jean Nouvel, provou ser possível realizar um projeto de altíssimo nível no Brasil. Que eu me lembre o primeiro deste porte desde que Corbusier percebeu que não podia mais chamar de seu o prédio do MEC."

E conclui o texto afirmando que "cabe celebrar o fim desses 70 anos de auto-isolamento buscando perceber que a boa arquitetura tem um poder enorme de disseminação e tanto Siza quanto futuros H+dMs ou Koolhaases ou Pianos ou Saanaas podem contribuir enormemente para ventilar a arquitetura brasileira. Da mesma forma nossos arquitetos tem tido uma presença muito maior no cenário internacional que acabam gerando obras pelo mundo a fora."

Comungo com a opinião dele, mas penso que o Brasil tinha que ter aproveitado o dólar baixo e o "boom" da construção civil e ter proporcionado esses intercâmbios há mais tempo. Mas antes agora do que nunca.

Dois exemplos de como esse intercâmbio arquitetônico poderia ser empregado hoje: na revitalização, reforma ou requalificação dos Mercados Distritais de Belo Horizonte e pelo Poder Judiciário Mineiro.

O Tribunal de Justiça de Minas Gerais tem mais ou menos 400 milhões de Reais que seriam empregados na construção da nova sede do Tribunal mineiro. A obra está suspensa tendo em vista a crise, o pagamento de salários atrasados aos funcionários do Judiciário, a necessidade de investir nas comarcas do interior ou se guarda o dinheiro. Enfim, o TJMG está avaliando melhor a utilização desse dinheiro: como, onde e quando. Em tempos de crise, é uma atitude louvável que vai na contramão das decisões de outros Poderes estatais que aumentaram os gastos públicos na mesma proporção que a crise.

Mas caso o TJMG justificadamente decida empregar esse dinheiro na construção civil, parcerias como a ocorrida no MEC (RJ) poderiam ser incentivadas e espalhadas por toda Minas Gerais, nas sedes de comarcas e na própria sede do TJ.

Em relação aos mercados distritais, praticamente todos estão abandonados e depredados. Uma iniciativa de re-utilizar esses espaços através de bons projetos arquitetônicos seria bem vinda.

Então, que venham mais e mais bons arquitetos estrangeiros para projetar ou para proferir palestras. Não só em tempos de crise, mas com frequência.

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