"Pouco antes da virada do ano, uma forte chuva atingiu a Grande BH. O Ribeirão Arrudas transbordou, inundando ruas e arrastando carros, como na avenida Tereza Cristina." Jornal Estado de Minas
O Rio Arrudas transbordou numa extensão de quatro quilômetros. Foi a primeira enchente de grandes proporções no ribeirão em 30 anos. Carros e até ônibus foram arrastados." Jornal da Alterosa
Estas foram as manchetes dos jornais e telejornais mineiros. No Jornal da Alterosa há uma matéria impressionante sobre a enchente do Arrudas. É só clicar aqui. O Jornal Nacional também noticiou o fato.
E isso ocorreu quatro dias depois que o Fernando Lara publicou um post no seu blog informando que, do dia 12/12/2008 a 27/12/2008, choveu mais de 300mm, quase a quantidade de chuvas anual de Madrid e Lisboa. E os meteorologistas afirmam que em dezembro choveu o dobro do que estava previsto no período na capital mineira.
Tais enchentes, segundo Fernando Lara, deve-se, principalmente, ao fato de que "as áreas públicas representam cerca de 20 a 30% do total da superfície urbanizada mas acabam sendo responsáveis pelo manejo e toda a água da chuva, seja porque nela corre a tubulação de escoamento pluvial ou porque nela são lançadas quase 90% do volume dado que todo o resto está absolutamente pavimentado."
Apolo Heringer, professor da Faculdade de Medicina da UFMG e coordenador do Projeto Manuelzão, partilha a mesma opinião. Em entrevista ao Jornal Alterosa, Heringer afirma que se o solo não absorver uma parte das águas, enchentes piores ocorrerão.
O Poder Público tem grande responsabilidade nisso, mas nós também podemos contribuir. Basta permitir que as águas das chuvas sejam absorvidas nos terrenos de nossas casas e/ou armazenando-as para reaproveitá-las para usos não humano, como por exemplo, em descargas sanitárias, para regar o jardim ou para lavar carro. Mas, infelizmente, ocorre o contrário. Basta o proprietário obter o "habite-se" que o solo permeável (que é uma obrigação legal) da casa ou do edifício seja substituído por cimento ou pedra. E além de evitar enchentes, a água absorvida pelo solo alimenta os lençóis freáticos.
Alguém me perguntou porque eu me preocupo com isso se minha casa não inunda e chamou-me, em seguida, de "ambientalista xiita". Mas o engraçado é que, depois de falar algo egoísta e estúpido, lembrou-se, egoisticamente, que ele passa com certa frequência na área inundada pelo Arrudas.
E esse problema é geral. Que os novos prefeitos atentem para isso.
6 comentários:
Olá Marco Antonio, andei sumido por uns tempos mas voltei. Feliz Ano Novo!
Puxa, essa questão de enchentes e transbordamento de rios é um problema antigo e frequente nas grandes cidades. Ainda em que aqui em Curitiba são raríssimos os alagamentos, isso justamente porque a impermeabilização do solo não é tão grande quanto em São Paulo, por exemplo. Estive em São Paulo no fim de Dezembro, e passei ao lado do estádio do Morumbi após uma chuva de uma hora, e fiquei impressionado ao ver que num trecho a água havia subido até a altura do joelho, em tão pouco tempo! Isso porque, além de o solo ser totalmente impermeável - asfalto e calçada de concreto - não havia sistema de drenagem. Também fique bobo de ver a quantidade e a velocidade da água que deságua no Rio Tietê, vindo das redondezas quase totalmente impermeabilizadas.
De fato,não haverá solução para as enchentes enquanto tanto nas áreas públicas quanto privadas não for respeitado um índice de solo permeável e não forem adotadas as medidas que você citou: reaproveitamento de águas pluviais e sistemas individuais de contenção de enchentes.
E aí, Edgar. Que bom que retornou.
É óbvio que quanto se a cada ano aumentar o volume de água que vai para o sistema de captação, maiores são as possibilidades de enchentes.
É um problema simples de resolver. Você foi direto ao ponto. Basta reaproveitar as águas pluviais e criar sistemas individuais de contenção de enchentes.
Fala Marco, Feliz Ano Novo...Já vi que postou bastante coisas nas "férias"...rs..Depois dou uma lida em tudo.
Abss
A propósito, segue o link de um projeto conhecido que usa de maneira inteligente as águas pluviais
http://www.revistaau.com.br/arquitetura-urbanismo/174/artigo101168-2.asp
E aí, Sô Ricardo!
Vou ver se dou uma relaxada na segunda quinzena.
Valeu e abraços.
Edgar,
Está faltando muita palavra no meu comentário anterior. Desculpe-me.
Quanto ao link, obrigado pela dica.
Abraços.
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